sexta-feira, 24 de abril de 2009

UM DIÁLOGO QUE SÓ AVANÇARÁ COM MAIS GESTOS CONCRETOS



Na sequência do gesto de Obama, liberando as viagens de cubanos-americanos à ilha e o envio de dinheiro sem limites, Fidel Castro respondeu.

Disse que ao adotar o embargo "como seu", Obama colherá um fracasso no relacionamento com Cuba como ocorreu com seus antecessores.

Mais: disse que as palavras de seu irmão, Raúl, ao dizer que está disposto "discutir qualquer tema" com Obama foram mal interpretadas. "Foram apenas uma amostra da valentia e da confiança nos princípios da revolução", disse Fidel.

(leia aqui a resposta de Fidel, publicada por El País, de Madrid)

Na verdade, o avanço do diálogo será muito difícil enquanto Fidel Castro tiver voz ativa em Cuba, mesmo formalmente fora da Presidência.

Sua liderança e seu carisma ainda tem uma enorme força na ilha, apesar das imensas dificuldades econômicas e sociais que a sociedade cubana enfrenta. Deve prevalecer sobre qualquer gesto de negociação política que possa ser sugerido pelo governo formal ou por instâncias partidárias.

Já Obama não encontrará espaço facilmente, nos EUA, para avançar em suas propostas, sem gestos de liberalização concreta por parte dos cubanos.

A declaração de Hillary Clinton de que "o regime dos Castro acabou" soa um tanto precipitada e não ajuda em nada.

Fidel disse que poderão ser soltos os presos políticos em Cuba, que qualifica como "mercenários a serviço de uma potência estrangeira que ameaça Cuba". Mas exige, como contra-partida, que os EUA os receba e liberte cinco agentes cubanos condenados por espionagem nos EUA.

Os cubanos de Miami são contra essa troca.

Mas esse seria um passo concreto na direção da distensão.

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