quinta-feira, 4 de junho de 2009

CPI E A NEBULOSA HISTÓRIA DA PETROBRAS

Da coluna de Milton Coelho da Graça, no Diário da Manhã, de Goiânia. nesta sexta-feira, 5 de junho:

De Juraci Magalhães (2 de abril a 2 de setembro de 1954) a José Sérgio Gabrielli (desde 22 de julho de 2005), a Petrobras teve 33 presidentes.

Não sei ao certo o número dos honestos e patriotas, mas alguns deixaram
fortes rastros de maracutaias. Se a ABIN e seu antecessor de triste memória, o SNI, já não tiverem um nutrido dossiê sobre esses rastros, essa CPI da Petrobras poderia ser um belo momento para ajudar a construir uma correta memória da maior empresa do país e justa orgulho de todo o povo brasileiro.

O ditador Ernesto Geisel colocou na direção da empresa o contador de sua fazenda no Paraná. Ao fim de seu mandato, desapareceu e ressurgiu nos Estados Unidos já como cidadão norte-americano e rico empresário. É possível que ele tenha acertado na loteria (aqui ou lá) ou seja um excepcional exemplo de empreendorismo. Mas que tal investigar a sua exemplar história e contar sua história para todos nós conhecermos?

As trajetórias e iniciativas dos presidentes da Petrobras deveriam ser conhecidas pelo Governo e pelo país, porque todos merecemos conhecer os grandes exemplos de dedicação, competência e patriotismo, como também que tipo de patifarias podem ser cometidas daquele poderoso posto de comando do presente e do futuro do País.

Eu, por exemplo, gostaria muito de saber quanto a empresa pagou pelos fretamentos de navios (no momento eles são cercada de cem) em cada uma das diretorias; pela compra e aluguel de plataformas (seria simplíssimo dizer quanto custou cada uma delas e comprar com os preços pagos por outras empresas, especialmente sob algum controle estatal, como Argélia, China,
Noruega e Venezuela); quanto a Petrobras pagou ou continua pagando de comissões na intermediação de contratos de fornecimento de petróleo bruto por outros países (há indícios de que serviços secretos civis e militares usaram esse expediente durante a ditadura para financiar a repressão política clandestina).

Enfim, há uma porção de informações que ajudariam o Governo e todos os brasileiros a conhecerem mais a história da Petrobras e, principalmente, como fiscalizar a atuação de seus dirigentes, de maneira que outros não venham a se tornar cidadãos americanos, chineses ou franceses depois de deixarem a confortável cadeira da presidência da empresa.

O Governo tem todo o direito de querer controlar essa CPI, para evitar que ela se transforme apenas em gritaria da Oposição. Mas a alternativa correta seria controlar a CPI e fazer dela um instrumento de investigação correta e patriótica. Que tal oferecer plenas garantias a todos os funcionários – de qualquer época – que se dispuserem a revelar patifarias ou mesmo simples suspeitas que possam ser aprofundadas pela Polícia Federal, Ministério Público e, em alguns casos até historiadores?

A busca da verdade sempre ajuda a evitar repetição de erros - do passado e do presente.

Para ler a a íntegra da coluna clique aqui

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