quarta-feira, 10 de junho de 2009

A CRISE LEVOU A EUROPA PARA A DIREITA


Enquanto a crise econômica fez os EUA deram uma guinada liberal com a eleição de Barack Obama, a Europa pendeu para a direita ou para a centro-direita para os mais rigorosos.

Há muitas e permanentes tensões entre o nacionalismo e o europeismo dentro da UE. Por isso, não é fácil precisar o quanto uma eleição européia também indica tendências nos países membros.

O fato é que as rígidas regras financeiras estabelecidas pela UE, que implicam que os paises tenham baixa inflação e severos limites para déficits orçamentários, restringem a liberdade dos governos dentro de seus países. Um exemplo: a Espanha, com governo de esquerda, e a Itália, de direita, reclamam que não podem usar mais dinheiro público para reativar suas economias na atual crise por causa das restrições orçamentárias impostas pela UE.

Em geral, os partidos de centro-direita e direita são mais nacionalistas e protestam contra as regras financeiras européias. Os protestos também se estendem contra o que consideram excessivamente liberais regras de imigração e contra o financiamento de programas de desenvolvimento dos novos integrantes da União, a maioria dos quais os pobres países do Leste Europeu.

Estariam aí as explicações para o avanço da direita nas eleições européias.

Note-se que o Parlamento Europeu não propõe leis, mas aprova ou rejeita as iniciativas propostas pela Comissão Européia, na qual estão representados todos os governos da UE.

Anexo alguns textos interpretativos sobre os resultados da eleição.

Em "Vitória do populismo, radicalismo e eurocéticos", o veteraníssimo e conceituado jornalista e escritor Gilles Lapouge diz: "Mais do que um grande sucesso dos conservadores e um recuo geral dos socialistas, as eleições nos mostram cenários muito inquietantes: o avanço do populismo, a consolidação da direita radical e, sobretudo, o florescimento tumultuoso das formações antieuropéias". Assinantes do Estadão podem ler a íntegra do artigo aqui

Ainda no Estadão pode-se ter acesso livre ao texto "Direita avança com força na Itália, Grã-Bretanha e Holanda" do correspondente em Paris, Andrei Netto, clicando-se aqui.

O cientista político Luiz Felipe Alencastro, que reside na França, analisou as eleições para a TV UOL, como se pode ver aqui.

Enquanto isso, por causa do mau resultado obtido, o Partido Socialista Francês está pensando em se reorganizar rapidamente (leia aqui).

Um comentário:

  1. Caro Serrano: Excelente o seu blog. Além da qualidade das análises e dos comentários, fiquei com uma ponta de inveja da sua habilidade em oferecer ao leitor links para a leitura de artigos mencionados e fotografias pertinentes, em tamanho adequado. Confesso que não consigo tais proezas. Veja minhas tentativas no www.tine.blog-se.com.br e no http:jftine.blogspot.com, ou ainda: http: flaviotine.blogspot.com

    ResponderExcluir