Publicado originalmente no Jornal da Comunicação Corporativa www.megabrasil.com.br
“Momento maçaneta”. É uma expressão utilizada pelo psicanalista Paul, protagonista da série “In treatment”, apresentada diariamente na HBO, canal 71 da NET. Está na segunda temporada aqui no Brasil e passam dois episódios por dia, de segunda a sexta-feira, começando às 21h. Cada episódio é sobre a sessão de Paul com um dos pacientes e às vezes sobre ele com a analista dele, pois nem psicanalista é de ferro, precisa de um ombro para despejar suas angústias.
Os episódios de ontem foram sobre sessões com Mia, uma advogada de 43 anos, que voltou ao consultório depois de 20 anos, queixando-se de não ter casado e não ter tido filhos. Ela o culpa por ter feito um aborto durante a temporada de consultas de duas décadas atrás. Diz que ele a induziu a isso, o que, claro, Paul nega. Há um certo clima de atração entre os dois durante as sessões. Na hora de ir embora, ao fim da primeira sessão, quando ele abre a porta para ela, Mia diz: “Você me deve um filho”. É o “momento maçaneta”, quando, segundo a definição de Paul, na hora de ir embora o cliente diz algo importante para ele. Não é uma boa expressão?
“Você começa a perder o cliente no dia que o conquista”. Esta é uma expressão de Don Draper, protagonista de outra série, “Mad Men”, sobre uma agência de publicidade no começo dos anos 60, nos EUA, também da HBO. Draper é o diretor de criação da agência. É uma época em que, além dos homens usarem chapéus, todos fumam incessantemente, independentemente do sexo. É um ambiente que nada tem a ver com o modo livre, leve e solto de hoje, pelo menos nas agências brasileiras. Draper solta a frase no momento em que vão cumprimentá-lo pela conquista de um conta nova. É útil para quem trabalha em agências de comunicação.
Afinal, por que escrevi sobre essas duas séries? Elas são citadas no perfil do advogado Marcos Levy, no Facebook, como umas das suas séries preferidas. Há alguns anos, Levy e eu participávamos de reuniões da Abifarma – Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica, eu como assessor de imprensa da entidade, ele como advogado de um dos laboratórios associados. Pois nos reencontramos no Facebook, onde eu estou cruzando com muita gente que não vejo há tempos. Hoje, somos fãs das mesmas séries de TV e jamais saberíamos disso se não fosse o Facebook.
Esses cruzamentos também estão acontecendo no Plaxo. Neste encontrei a Luiza Mendes, editora da Exame PME, que me convidou para entrar na rede que ela montou em torno da revista. Já estou lá. E o Twitter? É um mundo sem fim, onde é preciso reaprender a escrever frases curtas e em hieróglifos (@, RT, J, coisas assim). É um treinamento para escrever títulos, como disse o Carlos Carvalho, diretor executivo da Abracom, um dos meus 60 seguidores. No Twitter, brilha a talentosa, divertida e irônica figura do jornalista Tão Gomes Pinto, com quem trabalhei, e muito aprendi, na primeira versão da ISTOÉ, nos longínquos anos 70. Hoje, como ele mesmo diz, Tão está instalado em uma modesta “dacha” em Brasília, a 20 minutos do Palácio do Planalto. Mas parece que continua ao meu lado, como nos tempos da ISTOÉ – e gritava para eu acabar de escrever a matéria logo.
Já escrevi aqui sobre a importância das redes sociais e agora estou experimentando-as em pessoa. É uma troca riquíssima de idéias, brincadeiras, gozações, dicas, desabafos, mobilizações, inclusive políticas, e informações importantes. Outra coisa boa é que é possível interligá-las e o que você escreve em uma é publicada nas outras. A propósito, vejam estas fotos sobre o que está acontecendo no Irã, cujo endereço no Flickr http://migre.me/2foy foi postado no Twitter pela Vera Martins, minha seguidora de Salvador, a quem o Tão chama de redatora-chefe. É assim que a oposição iraniana está se comunicando entre si e com o Ocidente.
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