quarta-feira, 29 de julho de 2009

A ECONOMIA VAI BEM, NAS CIRCUSTÂNCIAS. JÁ A POLÍTICA, SE AFUNDA, SE DESMORALIZA

O Brasil se recupera na economia. Há otimismo por todo lado. A imprensa reflete isso em suas páginas.

O Brasil se afunda na política. A crise do Senado paralisa o Legislativo e mina a instituição. O Palácio do Planalto se enreda nessa crise, sem ter sido chamado.

Contradição? Nenhuma.

É natural que a economia comande o desenvolvimento das sociedades, se há um mínimo de consenso sobre os trilhos sobre os quais ela deve correr. Nesses casos, a política sempre vem atrás, se adaptando à realidade ou resistindo à ela.

A política só predomina em momentos de ruptura, vide a Venezuela, onde está sendo implementada uma mudança no sistema econômico, de livre iniciativa para predominante estatal (socialismo é muito mais do que predominância estatal).

Como o Brasil está trilhando o capitalismo liberal, com participação maior ou menor do Estado (maior nos últimos anos) a tendência é que a economia rode com força.

Claro, há momentos em que a participação do governo é fundamental para dar um empurrão na economia. Foi o que aconteceu agora na crise financeira, com as políticas anticíclicas adotadas pelo governo. Foram elas que nos deixaram à tona na crise e estão gerando o otimismo dominante.

O Legislativo não teve nenhuma participação nisso. Foram medidas oriundas do Executivo, que controla a inciativa política no país. Por isso, a crise no Senado só nos afeta moralmente, em nada mais.

Isso não quer dizer que a crise não é importante. Um sistema político carcomido, como o nosso, não influencia os rumos da economia, mas muitas vezes atrapalha, cria obstáculos, problemas, atrasa.

Por isso, precisamos renová-lo. Primeiro, substituindo seus atuais ocupantes por parlamentares mais interessados no bem público do que em seu próprio progresso. Segundo, discutindo e pressionando os parlamentares a mudar a legislação partidária e eleitoral, de forma a aproximar os parlamentares dos eleitores, facilitar a cobrança, a imposição de idéias de baixo para cima, da sociedade para o parlamento.

Um comentário:

  1. Walter Camargo29/7/09 3:44 PM

    Mudar a legislação partidária e eleitoral, dado que isso teria que ser feito pelos atuais eleitos, não seria o mesmo que pedir a um conselho de traficantes que trabalhasse em prol de uma lei mais dura para o negócio deles?!... Para aproximar eleitores de parlamentares, será que o único caminho não seria o cidadão dirigir-se ao diretório mais próximo do partido em que votou (se é que se lembra disso...), associar-se e comecár a frequentar o meio (sem ser cooptado...)?

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