domingo, 13 de setembro de 2009

Milton Coelho da Graça: "Delfim Netto precisa acreditar mais no sol"


Da Coluna de Milton Coelho da Graça, no Diário da Manhã, de Goiânia:

"O economista e ex-ministro Delfim Netto, de volta a sua brilhante coluna no jornal VALOR, procura demonstrar sutilmente, nesta segunda-feira, a dificuldade para qualquer país em promover a redução das emissões de dióxido de carbono sem prejudicar seu crescimento econômico. Apresenta até um gráfico ilustrativo da evolução dessas duas variáveis em nosso planeta desde o ano 1000 até 2001. “O gráfico” – afirma Delfim – “sugere (não prova!) que crescimento do PIB e aquecimento global foram até uma espécie de produção “conjunta”: não há aumento do PIB (que todos querem) sem aumento de CO2 (que ninguém quer).”

“Esse é o desafio – continua – do ´novo` desenvolvimento tecnológico que bate à nossa porta: poderosos avanços tecnológicos e inovações (auxiliadas pela evolução dos preços relativos) reduzirão dramaticamente a relação marginal CO2/PIB e abrirão novos horizontes para o PIB. Mas, como é óbvio, nenhum país poderá tentar resolvê-lo por conta própria sem sacrificar o seu próprio desenvolvimento.”

O tom é pessimista. Para alegrar nosso ex-ministro, recomendo a leitura da reportagem do NY Times nesta segunda-feira (8/9), reproduzida por alguns de nossos jornais, descrevendo o maior projeto de energia solar no mundo, em construção pela empresa americana First Solar no deserto chinês de Gobi. Vai custar 6 bilhões de dólares e fornecerá energia a 3 milhões de chineses. Dois mil dólares por cidadão atendido. Nada que sacrifique o ótimo índice de crescimento econômico da China.

Nada também para nos assustar, pois teoricamente com uns 400 bilhões de dólares (menos da metade do nosso PIB) poderia ser atendida a população brasileira, porque aqui sol também é o que não falta. E já existe também projeto em andamento para uma gigantesca usina solar no Saara, que forneceria energia à Europa.

Confie mais na ciência e na tecnologia, ministro. O homem, pelo menos até hoje, sempre conseguiu resolver os problemas que ele mesmo provoca".
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“Todo governo é um parlamento de prostitutas. O problema é que, numa democracia, as prostitutas somos nós.”

P.J. Rourke (1947- ), Humorista e jornalista americano.

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