domingo, 15 de novembro de 2009

O peso da guerra sobre Barack Obama

Obama homenageia militares mortos

O Washington Post publicou matéria com o título "O peso da guerra". Diz que Barack Obama está aprendendo todo dia os desafios de exercer a presidência em tempos de guerra. Segundo o jornal, a reforma do sistema de saúde, a legislação sobre o meio ambiente e os problemas da economia seriam exercício "cerebrais" em comparação com a responsabilidade, inclusive emocional, de ser o Comandante em Chefe dos EUA.

Nas últimas semanas, Obama compareceu a inúmeras cerimônias fúnebres militares, recebendo corpos de soldados mortos no Afeganistão, homenageando os mortos do atentado do Forte Hood, entre outras.

Além das cerimônias, Obama está diante da difícil decisão de enviar mais 40 mil soldados para o Afeganistão, como lhe foi recomendado pelo general Stanley McChrystal, responsável pela estratégia para derrotar o Taleban e a Al Qaeda no país.

Excelente reportagem de Dexter Filkins, publicada pela revista Piauí, mostra que a estratégia é construir um Estado eficiente no Afeganistão e aprarelhar e treinar as forças militares do país para exercer o seu papel. Essa estratégia exigiria uma presença maciça dos americanos junto à população afegã e, para isso, seriam necessários mais 40 mil soldados, além dos mais de 70 mil que lá já estão.

Nos EUA, porém, a derrota dos EUA na guerra do Vietnã está no centro dos debates sobre essa decisão. A Newsweek publicou uma matéria com o título "As surpreendentes lições do Vietnã", que, em resumo, diz que "trazer à tona os mistérios do Vietnã pode evitar que repitamos os mesmos erros".

A matéria mostra o debate entre militares que dizem que os EUA não venceram porque não fizeram o esforço suficiente e estudiosos que dizem que a guerra foi um erro e jamais seria ganha. Há quem diga que a estratégia proposta por McChrystal é semelhante à de "pacificação" aplicada no Vietnã a partir de 1968, que acabou em uma escalada que levou 510 mil americanos ao combate. E acabou em derrota.

"Tomem cuidado com os revisionistas", é o título de um artigo do senador Jon Kerry, que a revista também publica. Ex-candidato democrata à Presidência nos EUA e combatente no Vietnã, Kerry adverte que "insistir que poderíamos ter vencido no Vietnã pode nos fazer perder no Afeganistão".

Como disse Peter Baker, no Nw York Times: "Após lidar com a maior recessão em gerações, Obama agora preside uma economia que está finalmente crescendo de novo, mas que ainda perde empregos e acumula dívidas. Ele provavelmente conseguirá a aprovação de uma reforma da saúde, um feito não conseguido por presidentes por décadas, mas nenhuma de suas opções para o Afeganistão oferece alguma garantia de sucesso. E além dessas questões se encontra o Irã, a mudança climática, Guantánamo, imigração e regulamentação financeira, entre outras".

Fácil, não?

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