Obama Vows: “We will rebuild and recover”.
Essa foi a manchete do New York Times, nesta quinta-feira, 25 de fevereiro, resumindo o discurso feito pelo Presidente Barack Obama, na véspera, diante de uma sessão conjunta da Câmara e do Senado norte-americanos, montada à semelhança da tradicional mensagem “State of the Nation”, que o primeiro mandatário do país faz ao final de cada ano de seu mandato.
A sessão foi arquitetada pelas lideranças democráticas no Congresso para oferecer um palco oficial para Obama se dirigir aos parlamentares, com pompa, circunstância e audiência nacional, e injetar confiança no país sobre as medidas que o seu governo está tomando para superar a atual crise econômica.
Vários jornais ao redor dos EUA embarcaram no mesmo entusiasmo do New York Times:
Cincinnati Enquirer banner: ''We will recover,' Obama declares'
Denver Post banner: ''We will recover': President lays out role for government in economic partnership'
Chicago Sun-Times cover: 'YES, WE WILL' Detroit Free Press: 'OBAMA: 'WE WILL RECOVER''
As chamadas de abertura dos programas de TV The 'Today' show e 'Good Morning America' foram mais entusiásticas, ainda: 'We will rebuild, we will recover, and the United States of America will emerge stronger than before.'
A CNN que transmitiu o discurso ao vivo, fez duas pesquisas sobre os seus efeitos:
Numa perguntou: “Você pensa que as políticas que estão sendo propostas por Barck Obama moverão o país na direção correta ou na direção errada?” Antes do discurso 77% responderam “na direção correta”; depois, 88%.
Noutra: “No seu discurso Barrack Obama o fez sentir-se mais otimista ou mais pessimista sobre a direção em que o país está sendo levado nos próximos anos?” . Mais otimista 85%; mais pessimista: 11 %.
No discurso, Barack Obama repetiu suas promessas de campanha, apontando que os EUA precisam cuidar, em profundidade, das áreas de energia, assistência à saúde e educação. Disse que as políticas em andamento são para:
- estimular a criação de empregos,
- evitar que as famílias “honestas” não percam suas casas,
- fazer com que o fluxo de créditos seja restaurado para estimular o consumo (e não só para recuperar os bancos) ,
- que a confiança na economia retorne.
Barack Obama anunciou que em breve vai enviar a Proposta Orçamentária para 2009 ao Congresso. E fez duas observações para agradar os conservadores: não gosta de “big governament” e vai reduzir o atual déficit fiscal até o final de seu mandato.
O cuidado é explicável.
Os democratas não tem maioria no Senado para aprovar o Orçamento sózinhos, precisarão de um ou dois votos dos Republicanos, como já foi demonstrado nas discussões dos programas de ajuda já aprovados.
Ontem, os republicanos deram mais uma demonstração de que não pretendem facilitar a vida de Obama.
Seu ex-contendor, o republicano Senador John McCain, disse: “Eu gostaria de ver como será a matemática do equilíbrio do Orçamento e outros aspectos dele. Mas, deixem-me dizer, o presidente fez um discurso muito efetivo”
McCain até pegou leve, mas não seu partido.
Após o discurso presidencial, a CNN transmitiu um do governador da Louisiana, Bobby Jindal, uma estrela em ascensão dentro do Partido Republicano, filho de indianos que imigraram para os EUA (alguma coincidência?). Jindal disse que os republicanos se dispõem a ajudar Barack Obama, mas:
- discordam de suas propostas,
- são contra a “excessiva presença” do governo na vida dos cidadãos,
- acham que os norte-americanos tem capacidade de se recuperar pelos próprios esforços,
- que os programas propostos por Obama vão gerar uma enorme dívida para as gerações futuras
E ainda acrescentou que New Orleans se recuperou com os esforços de seus cidadãos, depois do devastador furacão Katrina, ignorando por completo a ajuda enviada pelo governo federal, que só não foi maior porque Bush estava na Casa Branca.
Ou seja, viva o liberalismo, não importa a crise que ele provocou.
Não foi à toa que o vice-presidente Joe Biden declarou após o discurso: “Estamos trabalhando em ritmo de campanha”.
Campanha para semear confiança na "American Recovery" nos corações e mentes de seus cidadãos.
Pois, sem confiança ela não acontecerá.
Veja o discurso em http://www.nytimes.com/interactive/2009/02/25/us/politics/20090225-OBAMA-CONGRESS.html#
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