terça-feira, 10 de março de 2009

REPORTAGEM PARA EUROPEU VER


A parte superior da capa da edição européia da revista Time, desta semana, traz uma foto do presidente Lula, com óculos de leitura e a seguinte chamada: “Lulanomics: Why There’s No Economic Medltdown in Brazil”, algo como “Lulaeconomia: porque a economia não derrete no Brasil”.

No interior da revista, há uma matéria de seis páginas, com uma enorme foto de Lula olhando para o horizonte (ou para o futuro?) com o seguinte título: “Brazil’s New Way.
As economies around the globe crash, Latin’s America giant is one of the rare bright spots. Has Presidente Lula figured out how to make Brazil work?” Algo como: O novo caminho do Brasil. Enquanto as economias ao redor do mundo quebram, o gigante da América Latina é um dos raros pontos brilhantes. Terá o presidente Lula descoberto como fazer o Brasil trabalhar?”

São chamadas para deixar Lula mais orgulhoso do que o habitual e ainda mais confiante para se encontrar com Barack Obama no próximo sábado. Não é pouco ser responsabilizado por tirar o Brasil de seu “berço esplêndido”, como canta o Hino Nacional, e apontado como o líder do renascimento do “Gigante pela própria natureza”.

A reportagem, escrita por Tim Padgett e Andrew Downie - reproduzida, também nas edições para a Ásia e para o Pacifico Sul - diz que a fórmula de sucesso de Lula é “deixar os ricos ganharem dinheiro com os seus investimentos e os pobres se beneficiarem do crescimento econômico”.

Alguns dos conceitos emitidos pelo nosso presidente na reportagem:

Lula “quer mudar a geografia política e econômica do mundo” até o fim de seu mandato em 2010.

“O capitalismo será um animal diferente depois desta crise”

“Os países em desenvolvimento serão responsáveis por uma porcentagem maior do crescimento econômico”.

Claro, a matéria faz alguns contra-pontos:

Diz que FHC foi o primeiro presidente a reconhecer a necessidade de mudança no país, restaurando o equilíbrio orçamentário, liquidando a hiperinflação, “mas foi tímido nas iniciativas em pról de reformas sociais”.

Diz também que o sistema educacional brasileiro é disfuncional, a corrupção endêmica, o sistema político esquálido e que os altos impostos e a violência assustam os investidores e que o “desflorestamento” da Amazônia continua um problema.

Algumas páginas adiante, há a matéria de capa da edição norte-americana: “A crise do sistema de saúde (americano) chega à nossa casa”. É o texto de uma jornalista, Karen Tumulty, relatando as agruras porque passou seu irmão Patrick para se tratar de graves doenças. É uma epopéia de combates com hospitais, médicos, seguros saúde e altíssimos custos de tratamento – que envolve a 25% ou mais da população norte-americana. Não é a toa que Barack Obama está querendo enfrentar esse problema de frente lá nos EUA.

Ao acabar de ler essa matéria, lembrei a epopéia que é o atendimento pelo SUS aqui em Pindorama, que em nenhum momento é citada na reportagem sobre o Brasil deLula.

Um comentário:

  1. O Brasil começa a ganhar respeito lá fora, sem dúvida. Ainda há muito que se fazer, mas agora acho que estamos num bom caminho e sem volta. Sou lulista confessa, com admiração que antecede a presidência. Foi ele quem me fez aos 18 anos (faço 28 em maio) filiar-me ao PT, filiação que mantenho até hoje muito mais pela base, que ainda mantém seu brio e ideologia aflorados. Isso não faz de mim uma cega. O Brasil ainda tem muitos problemas, alguns deles endêmicos.

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