Assisti pela primeira vez o Roda Viva em transmissão ao vivo pela Internet, às 18h30 de segunda-feira passada. É um formato muito interessante por todos os aspectos novos que envolve.
São três telas, uma focada nos bastidores do programa, outra no trabalho do chargista Paulo Caruso e a terceira que transmite o programa em si mesmo.
A transmissão começa às 17h30, uma hora antes do programa, revelando os seus bastidores, a começar pela chegada dos entrevistadores, que falam sobre o que vão perguntar ao entrevistado.
Depois, é mostrada a entrada no estúdio e as conversas informais que envolvem esse momento. A tela dos bastidores continua no ar nos intervalos, mostrando o que ocorre nesse momento e o entrevistado descontraído, descansando do tiroteio de perguntas.O mérito da divulgação do que ocorre nos bastidores é desmistificar o aspecto solene que envolve a transmissão de um programa como o Roda Viva. Mostra , não tudo, mas bastante do que ocorre em torno desse cenário histórico do jornalismo político brasileiro e cria uma certa intimidade entre os espectadores e o programa.
A câmara focada permanentemente no trabalho do Paulo Caruso nos dá uma aula de técnica de desenho, por um dos melhores professores disponíveis na praça.A terceira mostra o programa como será visto na TV, à noite, às 22 h30. No caso da segunda-feira, houve um problema com o som, que estava picotando. Saí da página da TV Cultura e voltei e o problema sumiu.
Além das três telas, há um sistema de envio de perguntas dos espectadores e também um chat, onde os interessados dão palpite sobre o que está acontecendo no programa. A produção também lança perguntas no chat pesquisando quais os participantes gostariam que fossem feitas ao entrevistado.
Há também a turma dos twitteiros, Eram três, que transmitiam impressões a eventuais acompanhantes do programa e recolhiam as que estes mandavam. É um dispositivo que acaba se superpondo ao do chat e talvez não seja muito eficiente em função da ligeireza que envolve as conversas via twitter. Seria útil para quem acompanha o programa via celular ou smartphones, mas as mensagens, por serem curtas, não conseguem transmitir o todo do programa.
Enfim, o programa oferece uma interatividade muito interessante para a relação entre a Roda Viva e os telespectadores. Além disso, o horário de transmissão possibilita que, dependendo do entrevistado, suas declarações repercutam no noticiário da TV à noite, até mesmo antes da transmissão pela TV Cultura, e na imprensa escrita do dia seguinte.
O melhor da transmissão, para mim, foi o entrevistado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, convidado para falar sobre o Plano Real, cuja implantação completa 15 anos neste 2009. Apesar da limitação imposta pelo fato de ser presidente de honra do PSDB, portanto com obrigações partidárias, fez análises amplas e lúcidas sobre o que vai pelo país e pelo mundo, neste momento de crise global.
Foi mais uma aula de política e história de FHC.
(Publicado originariamente em minha coluna Cenários no site Jornal da Comunicação Corporativa)
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