domingo, 5 de abril de 2009

US$ 1,1 TRILHÃO EM PRÓL DE STABILITY, GROWTH, JOBS

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso termina seu artigo deste domingo (5/4) dizendo que espera que a reunião do G-20 tenha sido mais do que a "oportunidade de uma foto".

A foto, em si, já foi muito boa. O painel de fundo transmite a mensagem do que o mundo mais anseia, no momento: Estabilidade, Crescimento, Empregos. Como "wishfull thinking" não poderia ser melhor.

Mas a reunião em si também foi promissora, gerou um ativo importante: confiança - essa é a palavra chave que fará a economia mundial girar novamente.

Não já, pois as deliberações tomadas em Londres levarão um certo tempo em gerar efeitos práticos, chegar na ponta, onde está o empresário que deseja produzir e vender e o trabalhador que quer trabalhar, produzir e consumir.

Coloca-se 2010 como horizonte para a recuperação começar a fazer efeito.

O encontro gerou um número midiático: os governos se comprometeram a disponibilizar US$ 1,1 trilhão em recursos para irrigar o FMI, sistemas bancários fragilizados e o comércio internacional.

As diferenças de ênfase nas soluções a serem apresentadas, como mais ajuda dos governos para a recuperação de seus sistemas bancários e maior regulamentação financeira internacional, que oporiam os EUA e a Alemanha e a França, foram aplainadas.

A questão da regulação financeira é chave. Nos últimos 20 anos, os governos estavam impotentes diante do deslocamento de bilhões de dólares de um país para outro, à velocidade de gigabytes e ao bel prazer dos ditames do mercado financeiro. Agora deverão recuperar o controle e a presença de Obama no governo dos EUA será fundamental nisso.

Até Prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, um crítico da velocidade com que os governos estão enfrentando a crise, achou que o G-20 superou as expectativas.

O fantasma de 1933, quando foi realizada reunião entre lideranças mundiais para debelar a crise de 29, foi superado.

Pudera. O mundo mudou drasticamente desde então. A Europa se uniu, o comunismo só resiste na Coréia do Norte e em Cuba, boa parte dos países sub-desenvolvidos se transformaram em "em desenvolvimento" e "emergentes" e os EUA estão recuperando seu juízo, entendendo que a época do unilaterismo acabou.

Claro que os países querem afirmar as suas "nacionalidades" dentro do quadro, mas todos sabem que é preciso se mover nos limites da moldura da globalização - exceto alguns com os quais não vou perder tempo.

Agora, cabe esperar para ver quando a boa vontade exercitada em Londres vai se transformar em mais dinheiro nos nossos bolsos.

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