
Duas revistas comemoraram aniversário nas edições desta semana, Carta Capital, 15 anos, e Época 11 anos. As duas fazem edições especiais para comemorar a efeméride. Carta Capital, apresentando uma nova diagramação, bonita e elegante, fala sobre as empresas e as idéias que fizeram história no Brasil e no mundo. Época faz um especial sobre o Brasil em 2020.
Nas duas, claro, Lula e FHC aparecem.
Na Carta Capital, Mino Carta assina o artigo "Lula e seu povo", no qual diz que a maioria do povo se identifica com o presidente, repete sua admiração pela sua coragem e pelo seu talento, reafirma que gostaria que o ex-metalúrgico fosse um pouco mais ousado no governo e, como sempre, alfineta FHC.
Diz Mino: "Sim, o príncipe dos sociólogos foi o grande cabo eleitoral do ex-torneiro mecânico nas eleições de 2002. O currículo presidencial de quem conseguiu quebrar o país por três vezes e o deixou à míngua é realmente imbatível..."
Mino, que eu saiba, tem diferenças com FHC desde os tempos pioneiros de ISTOÉ, onde trabalhei e aprendi muito com ele (foi o melhor período profissional de minha vida). Essas diferenças embaralham sua visão sobre a obra de FHC nos seus oito anos do Palácio do Planalto. Mino dá a transparecer que Lula amealhou sucessos em seu período presidencial apesar da herança maldita de FHC. Eu penso o contrário, o governo FHC pavimentou a pista para a performance lulística. Claro que os dois governos não foram perfeitos e deixam brechas para críticas, mas o Brasil teve muita sorte ao ter FHC e Lula ocupando o Palácio do Planalto um depois do outro.
Na entrevista que concede à Hélio Gurovitz e Paulo Moreira Leite na edição especial de Época, até o próprio Lula reconhece esse fato. Diz ele: "Foi importante eu o Fernando Henrique Cardoso disputarmos, sabe? Foi uma melhora no quadro espetacular".
Além de Lula, Época também entrevistou FHC. Na sua entrevista, o presidente manifesta mais uma vez sua autoconfiança em seu governo e no Brasil, pintando sempre uma quadro otimista para os próximos anos. FHC é mais analítico e filosófico, dá uma entrevista de sociólogo, não de político.
As principais afirmações de Lula à Época:
"Quem vier depois de mim vai pegar o país mais preparado".
"O Brasl, com humildade, sem nariz empinado, sem arrogância, pode fazer valer o seu aprendizado"
"Ouso dizer que, neste momento, nenhum país do mundo está tocando tantas obras simultâneas como nós".
"Minnha mãe nunca parou para chorar".
"As escolas federais vão balizar a qualidade de ensino no Brasil. Vão ser a referência".
"O governante de hoje tem de governar para o neto. Tem de pensar no mundo em que seu neto vai sobreviver e governar para ele".
"Sou a favor de fazer uma reforma da previdência a cada 30 anos. Uma geração prepara a Previdência da geração seguinte. Não dá para as pessoas ficarem aposentadas mais tempo do que contribuem".
"Obama é a chance que nós temos. Em 1980, quando Ronald Reagen venceu Jimmy Carter, eu disse:'Saiu a Coca-Cola entrou a Pepsi, é a mesma coisa'. Mas não é a mesma coisa".
"Confesso que acho que liberar(drogas)não ajuda. Estou convencido de que sem a família você não consegue consertar as pessoas".
"Sou contra o Estado gestor. Sou a favor do Estado indutor e regulador".
Em sua entrevista aos mesmos jornalistas de Época, FHC diz que o problema do Brasil não é mais o desenvolvimento, é educação e segurança".
Algumas de suas afirmações:
"O país do futuro já está aqui"
"A China é um ponto de interrogação e o regime político tem consequências".
"O motor dos Estados Unidos é a inovação tecnológica, o modelo do Vale do Silício"
"A vida não é só mercado, não é só economia. As novas gerações querem felicidade, bem estar e lazer
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