domingo, 24 de maio de 2009

É A OPOSIÇÃO QUE QUER FRAGILIZAR A PETROBRAS?

Não preciso repetir aqui que o debate em torno da CPI da Petrobras virou um bate boca quase de boteco. Os argumentos dos dois lados, governo e oposição, não são lá muito brilhantes.

O Palácio do Planalto fez da Petrobrás um dos principais pilares de sua estratégia de resistência à crise (é o motor que mantém em funcionamento uma parte da indústria), da sua estratégia de afirmação internacional, da sua estratégia da campanha eleitoral do ano que vem. Talvez por isso reaja com tanta virulência à CPI.

À frente da resistência, destaca-se o senador Aloizio Mercadante, professoral, assertivo, mal deixando seus contendores falarem nos debates de que participa, que prega que a CPI é uma traição ao Brasil. Diz Mercadante que a Petrobrás vive um momento especial, às vésperas da regulamentação da exploração do pré-sal e que a CPI pode fragilizá-la perante seus concorrentes internacionais.

A oposição, em especial o PSDB, diz, em defesa da CPI, que é necessário investigar prováveis irregularidades no projeto da refinaria em Pernambuco, a doação de recursos para ONGs, muitas das quais ligadas ao PT, a manobra contábil que diminuiu em R$ 4 bilhões o Imposto de Renda a ser pago pela companhia e o que consideram excessiva partidarização dos quadros da empresa.

Promover CPIs é um direito legítimo das oposições e o PT cansou de promovê-las quando não estava no governo. Faz parte da democracia.

Eu tenho a impressão que, na verdade, o grande mote da CPI para a oposição é cutucar a empresa que está no centro das estratégias que citei acima, para incomodar e tentar desgastar o governo no periódo pré-eleitoral. É do jogo.

No meio dessa confusão, nenhum dos lados falou de uma questão que não me sai da cabeça. O governo está estudando a montagem de uma empresa, inspirada num modelo noruegues, que será a gerenciadora de um fundo para o qual irão os recursos da exploração do pré-sal.

Por poderem somar um montante substancial, o controle desses recursos será tirado da Petrobras e eles poderão ser aplicados em políticas de desenvolvimento, na área de educação, por exemplo, um dos Calcanhares de Aquiles do potencial desenvolvimentista do país.

Ajudem-me a pensar: a iniciativa de criar esse fundo irá fortalecer ou fragilizar a Petrobras, por mais meritórios que sejam seus objetivos?

Quem controlará a empresa que vai controlar as aplicações dos fundos?

Não sei não, será que é a oposição que quer fragilizar a Petrobras?

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