
O personagem da capa. José Padilha, diretor de Tropa de Elite e Garapa, que será lançado agora, é um figuraço. Um cineasta com boa visão política e melhor ainda social. A entrevista com ele e a reportagem sobre os personagens e o local de filmagem de Garapa, de autoria de Rocardo Kotscho, são ótimas. Coisas do bom e velho jornalismo.
Saborosa também a história e a entrevista com Cláudio Braga, ex-deputado cassado que foi secretário particular de João Goulart no exílio. Fala de tempos duros do Brasil de quando eu ainda era jovem de 17 anos. Eu sabia superficialmente o que acontecia, mas não tinha formação nem informação para entender. Matérias assim destapam um período ainda pouco divulgado de nossa história, não a oficial, mas dos personagens que atuaram naqueles tempos de enfrentamento com uma direita troglodita.
Maravilhosa a história da entrevista de Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir para a TV Excelsior de São Paulo, toda em francês, como se estivéssemos em Paris. A TV Excelsior, de Mário Wallace Simonsen, que foi sufocada economicamente pela ditadura era uma delícia. Tinha um musical maravilhoso, Times Square, onde brilhavam as estrela de João Roberto Kelly , Castrinho, Geraldo Barbosa, Marinalva, Ari Leite, Paulo Celestino, Daniel Filho, Dorinha Durval, Grande Otelo e a estonteante Íris Bruzzi. Eu adorava. E ainda tinha o Moacyr Franco Show, com seu carro-chefe "Suave é a Noite" (Tender Is the Night), coadjuvado pela gracinha da Jacqueline Myrna, uma francesinha que dizia ter nascido em Arrarraquarra.
Bons tempos.
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