
A intenção do governo chinês de apoiar a criação de uma cesta de moedas para substituir o dólar como lastro das transações internacionais foi encarada como o começo do declínio da divisa norte-americana.
Está certo que os EUA sofreram um sério baque nesta crise. Mas eu me pergunto: como uma economia com PIB de US$ 3 trilhões, 1,3 bilhão de habitantes e renda per capita de US$ 7 mil/ano, pode rapidamente se tornar mais importante do que uma com PIB de US$ 13 trilhões, 300 milhões de habitantes, e renda per capita de US$ 43 mil/ano?
Finalmente encontrei no Estadão de domingo um economista de renome que partilha de meu cetiscismo. Trata-se de Michel Pettis, professor da Universidade de Pequim, historiador e ex-executivo dos bancos Bear Sterns e Credit Suisse First Boston.
Um trecho de sua entrevista, "A China não vai salvar o mundo", à Mariana Barbosa, do Estadão:
"Na China, a renda per capita é metade ou um terço da renda per capita brasileira. Se eu disser que, em 50 anos, os brasileiros serão tão ricos quanto os americanos hoje, você vai desconfiar. Agora, para a China alcançar isso é muito, muito mais difícil. A China possui um quinto da população mundial. Você pode imaginar a população chinesa consumindo o que a população americana consome hoje? Teríamos problemas com preço de commodities, problemas com água, problemas ambientais. Não digo que é impossível, mas o que estou dizendo é que o grau de certeza com que se fala sobre o crescimento chinês é totalmente injustificável."
A íntegra da entrevista poder ser lida aqui
Perfeito, Serrano!
ResponderExcluirtambém fico me perguntando como esses economistas"oráculos" podem explicar um fortalecimento de mercado interno com controle estatal da sociedade....
beijo