
Duas respostas da entrevista de Larry Rohter, ex-correspondente do New York Times no Brasil, à edição de agosto da revista Poder, de Joyce Pascowitch:
Poder: Como o mundo enxerga hoje o Brasil? Além das questões de mercado, ainda somos vistos tão somente como o país do futebol, do carnaval e da violência urbana?
LR: Isso vai depender do setor da sociedade. O cidadão comum do Japão, da França, dos EUA, continua pensando nesse Brasil. Mas as classes mais importantes encaram o país como uma potência energética, uma superpotência cultural e uma economia forte. O mandato de Fernando Henrique Cardoso foi fundamental para essa nova imagem. Ele deixou para trás, na relação com outros países e líderes internacionais, o “complexo de vira-lata” a que Nelson Rodrigues fazia referência. Hoje, o governo Lula colhe esses frutos.
Poder: Em seu livro Deu no New York Times, o senhor diz não acreditar que a China veja o Brasil como parceiro e aliado e que, se não tomarmos cuidado, os chineses farão com nosso país o mesmo que outras potências como Portugal e Inglaterra fizeram em outros tempos – levar nossas matérias-primas para fomentar o seu desenvolvimento, deixando pouca coisa em troca. Como acha que caminhou essa relação desde que escreveu o livro?
LR: Quando fui correspondente na China, presenciei incidentes em que o governo chinês pressionou e até chantageou empresas estrangeiras como General Motors, sempre usando como instrumento de persuasão o famoso “mercado de um bilhão de almas”, que para mim é um mito. Mais recentemente, o impasse envolvendo a empresa australiana Rio Tinto é também emblemático da agressividade dos chineses. A China tentou comprar a Rio Tinto, e foi rejeitada. Ao mesmo tempo, quis negociar um novo contrato com a empresa e fornecedores de minério de ferro, para baixar o preço da matéria-prima em 40%. Sem sucesso, o que fizeram? Levaram presos vários executivos e funcionários da Rio Tinto no país, alegando espionagem. Todos os investidores estão assustados, e com razão. Se eu fosse um executivo da Vale do Rio Doce, estaria muito preocupado. Não tem como competir nesse ambiente de intimidação e ameaças.
A íntegra da entrevista pode ser lida aqui.
Poder: Como o mundo enxerga hoje o Brasil? Além das questões de mercado, ainda somos vistos tão somente como o país do futebol, do carnaval e da violência urbana?
LR: Isso vai depender do setor da sociedade. O cidadão comum do Japão, da França, dos EUA, continua pensando nesse Brasil. Mas as classes mais importantes encaram o país como uma potência energética, uma superpotência cultural e uma economia forte. O mandato de Fernando Henrique Cardoso foi fundamental para essa nova imagem. Ele deixou para trás, na relação com outros países e líderes internacionais, o “complexo de vira-lata” a que Nelson Rodrigues fazia referência. Hoje, o governo Lula colhe esses frutos.
Poder: Em seu livro Deu no New York Times, o senhor diz não acreditar que a China veja o Brasil como parceiro e aliado e que, se não tomarmos cuidado, os chineses farão com nosso país o mesmo que outras potências como Portugal e Inglaterra fizeram em outros tempos – levar nossas matérias-primas para fomentar o seu desenvolvimento, deixando pouca coisa em troca. Como acha que caminhou essa relação desde que escreveu o livro?
LR: Quando fui correspondente na China, presenciei incidentes em que o governo chinês pressionou e até chantageou empresas estrangeiras como General Motors, sempre usando como instrumento de persuasão o famoso “mercado de um bilhão de almas”, que para mim é um mito. Mais recentemente, o impasse envolvendo a empresa australiana Rio Tinto é também emblemático da agressividade dos chineses. A China tentou comprar a Rio Tinto, e foi rejeitada. Ao mesmo tempo, quis negociar um novo contrato com a empresa e fornecedores de minério de ferro, para baixar o preço da matéria-prima em 40%. Sem sucesso, o que fizeram? Levaram presos vários executivos e funcionários da Rio Tinto no país, alegando espionagem. Todos os investidores estão assustados, e com razão. Se eu fosse um executivo da Vale do Rio Doce, estaria muito preocupado. Não tem como competir nesse ambiente de intimidação e ameaças.
A íntegra da entrevista pode ser lida aqui.
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