terça-feira, 11 de agosto de 2009

REFORMA DO SISTEMA DE SAÚDE, O MAIOR DESAFIO DE OBAMA

Quanto mais escuro o verde, maior a popularidade de Obama; quanto mais claro menor ela é. Os estados litorâneos têm populações maiores e mais liberais



A imprensa divulgou que, completando 200 dias de governo, a popularidade do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, caiu para 50%, o nível mais baixo desde que ele chegou à Casa Branca. A pesquisa era do instituto Quinnipac divulgada na quinta-feira, 6 de agosto. Na última sondagem, realizada em julho, o presidente estava com 57% de aprovação.

Segundo o noticiário, entre os americanos consultados, 50% disseram aprovar a gestão de Obama, contra 42% que a desaprovavam, o que reflete um crescente mal-estar sobre o modo como a sua administração enfrenta a crise econômica e a reforma do sistema de saúde, muito discutida no Congresso, segundo a sondagem.

A política econômica de Obama foi desaprovada por 49% dos consultados, contra 45% que a aprovam. Seu projeto de reforma do sistema de saúde é rechaçado por 52% dos entrevistados, contra 39% que o aprovam. Por outro lado, 52% das pessoas consultadas aprovam sua política exterior, contra somente 38% que a desaprovam.

A revista TIME da semana passada, com data de 10 de agosto, também traz uma pesquisa sobre o desempenho de Obama, realizada entre os dias 27 e 28 de julho últimos, em que o presidente se sai melhor, tem 56% de aprovação contra 38% de reprovação.

A aprovação em relação a temas específicos foi de:

Reforma do sistema de saúde: 46% positivo, 46% negativo;

Economia: 51% positivo, 44% negativo;

Política externa: 58% positivo; 33% negativo.

É compreensível que os norte-americanos não estejam tão satisfeitos com a política de Obama em relação à economia. Os números da economia só vem sendo negativos, embora as quedas sejam cada vez menores.

Só na semana passada se registrou uma primeira desaceleração do aumento do desemprego, o que foi saudado como uma boa notícia. Foram cortados 6 milhões de empregos nos EUA desde o começo de 2008. Apenas quando a economia voltar a crescer é que o humor dos norte-americanos vai melhorar em relação a esse ítem.
Note-se que o governo Obama fez tudo o que podia em matéria de intervencionismo e planos de ajuda, especialmente aos bancos e à indústria automobilística, dentro dos padrões ideológicos da economia americana, que preza a livre iniciativa acima de tudo.

Quanto à reforma do sistema de saúde, está ocorrendo um curto circuito entre o que Obama propõe e a compreensão que a sociedade está tendo do projeto. Tudo isso complicado pelas ações contraditórias dos congressistas que têm muito medo de perder votos se desagradarem seus eleitores nessa questão e pelos lobbies que defendem os interesses já estabelecidos.

Segundo a Time, 55% dos norte-americanos são a favor da reforma. Mas o governo não está transmitindo à população clareza sobre se o sistema que propõe vai ser mesmo melhor do que o atual, que atende mal às pessoas da classe média para baixo e ainda sobrecarrega o orçamento público, porque ser muito caro.

Conseguir aprovar a reforma do sistema de saúde é o maior desafio com que se depara o governo Obama. Todos os anteriores, especialmente o de Clinton, fracassaram nesse campo.
Como mostra o mapa (copiado do ex-blog de César Maia), a aprovação de Obama é mais negativa no centro dos EUA, reduto mais conservador, onde a sua votação para a Presidência também foi menor do que nos estados litorâneos, com populações maiores e mais liberais.
Não surpreende, portanto, que, atualmente, essas populações sejam mais críticas em relação ao governo Obama.

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