domingo, 29 de novembro de 2009

Coisas do lulo-petismo, na visão de Sergio Fausto e Gaudêncio Torquato

(Artigos publicados na página de Opinião de O Estado de S.Paulo de 29/11/09)

Controlar não é preciso

Sergio Fausto, coordenador de Estudos e Debates do iFHC, é membro do Grupo de Acompanhamento da Conjuntura Internacional (Gacint) da USP

Atendendo à reivindicação histórica de setores de seu partido, movimentos sociais, centrais sindicais e organizações da sociedade civil, o presidente Lula convocou ao início de 2009 a 1ª Conferência Nacional de Comunicações (Confecom), cujas deliberações terão caráter indicativo, mas nem por isso deixarão de ter peso político.Ninguém pode negar a relevância do tema de fundo da conferência: um novo marco legal para as comunicações, setor cujas fronteiras se vão alargando cada vez mais pelo surgimento de novas mídias e pela generalização da tecnologia digital. Há aí um potencial não esgotado de desconcentração do poder de falar e ser ouvido, escrever e ser lido na esfera pública, com impactos possivelmente positivos para a formação de opinião e deliberação democráticas sobre assuntos coletivos. Nesse sentido, são em princípio bem-vindas todas as propostas que visam a alargar as possibilidades de acesso a canais de comunicação e ampliar a oferta pluralista de informação, opiniões e debate.

O risco da conferência é se transformar em mais uma batalha da guerra de posições que o PT e aliados travam contra a chamada "grande imprensa". Ou, pior, resultar na legitimação de instrumentos que possam servir ao partido e a eventuais futuros governos, sob seu comando ou de outrem, para cercear a atividade jornalística e a liberdade de expressão. Talvez por pressentir esse cenário é que a Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão e a Associação Nacional de Jornais, entre outras associações do setor privado, tenham abandonado, certa ou erradamente, o processo preparatório da conferência.

A íntegra do artigo está aqui


A arrogância como ameaça

Gaudêncio Torquato, é professor titular da USP e consultor político

"Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém." No momento em que a mídia internacional começa a ensaiar um hino de exaltação ao Brasil, chegando a usar expressões que até hoje são objeto de polêmica entre analistas dos nossos ciclos econômicos, o ditado popular mineiro pode ser um bom aviso a quem acredita que ficamos imunes às tempestades. A revista alemã Der Spiegel atribui ao "pai dos pobres" um novo "milagre econômico" e a inglesa The Economist exibe na primeira página o Cristo Redentor impulsionado por um foguete. Se as duas publicações sinalizam a entrada do País no palco mais elevado das nações, destacando que o presidente Luiz Inácio, guindado ao papel de astro-rei, prevê que nossa economia será uma das cinco maiores do planeta em 2016, não lhes escaparam sinais amarelos que sugerem cuidado - e muito cuidado - na travessia da rota. O primeiro alerta é sobre os gargalos na área da infraestrutura, a qual, como se sabe, acanhada, abriga equipamentos obsoletos e espaços inadequados; o outro faz inflexão no campo das atitudes, apontando a soberba como um entrave ao desenvolvimento.

Para ler a íntegra acesse aqui

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