segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um pouco mais de Penélope Cruz, com Pedro Almodóvar

Penélope Cruz e Pedro Almodóvar: almas gêmeas cinematográficas

Mark Harris, do New York Times, de Nova York

Sentada numa suíte de hotel no East Side no começo de outubro, de frente para o diretor e escritor Pedro Almodóvar, Penélope Cruz pegou uma revista grande com papel brilhante e olhou com admiração para a foto de Uma Thurman na capa. "Ficou bom", diz ela, mostrando-a para Almodóvar, com os olhos buscando sua aprovação.

Ele se inclina para olhar, observando com entusiasmo a pose de Thurman e seus cabelos loiros curtos. "Sim, sim", diz ele para Cruz, acelerando do inglês para o espanhol enquanto sua mente começava a percorrer trechos de celulóide. "As atrizes, quando chegam perto dos 40, cortam seus cabelos. Isso sempre as faz parecer mais jovens. Lembra-se de Sharon Stone? Como ela cortou o cabelo quando tinha uns 40, 42? Ficou bom!"

Por um momento, ele parecia fascinado pela capa, à medida que a imagem de Thruman entrava em sua mente, para ser colada e indexada entre milhares de outros retratos mentais de atrizes. "É verdade", disse ele, rindo. "Sou verdadeiramente fascinado por atrizes, por tudo o que elas fazem, até pelo camarim, que é o sanctum sanctorum de qualquer atriz. E sou especialmente fascinado por atrizes que interpretam atrizes.

"O que é exatamente o que Cruz faz em "Abraços Partidos", a quarta colaboração entre ela e Almodóvar - e, segundo ela, a mais difícil. No filme, que fechou o Festival de Cinema de Nova York neste outono e estréia nos cinemas em 20 de novembro, ela interpreta Lena, amante de um homem rico, que tem a chance de realizar, por um breve momento, seu sonho há muito acalentado de se tornar uma estrela de cinema ao se envolver romanticamente com um diretor (Lluis Homar).

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