segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Nunca se criticou tanto Obama. Mas a reforma do sistema de saúde dos EUA está prestes a ser aprovada


De vez em quando, eu tropeço na imprensa com textos me indignam, em função da falta de conhecimento de articulistas que discorrem sobre realidades que não vivenciam, e seu hábito de repetir sem qualquer cerimônia as superficiliadades publicadas na mídia.

Hoje, foi o caso de artigo de Luis Felipe Condé, entitulado A Bolha, publicado na Ilustrada da Folha de S. Paulo: Começa assim:

"PROMETI PARA mim mesmo que não ia falar sobre o ridículo prêmio Nobel dado ao Obama, mas como não tenho palavra mesmo e como nunca cumpro promessas (principalmente feitas a mim mesmo, alguém que, afinal de contas, não merece todo esse deferimento moral), estou eu aqui capitulando e falando desse populista chamado Obama.

Quando foi eleito, escrevi nesta coluna que ele era uma bolha que provavelmente não ia dar em nada. Posso estar enganado, como quase sempre estou (sou um péssimo profeta), mas, até agora, responda-me, caro leitor, a que veio ele? Deveria sim se candidatar a secretário-geral da Unicef e ficar visitando crianças famintas na África. Seus dias estarão contados quando os americanos descobrirem que seu verdadeiro sonho é ser o primeiro presidente negro da Noruega".

No artigo, cuja íntegra pode ser lida aqui, ele diz que Obama é só imagem e está fracassando em tudo o que faz. Se apega ao episódio das críticas do governo Obama à Fox News, que passou a ser tratada pela Casa Branca como partido político não como empresa jornalística. Recomendo ao Pondé assistir à Fox News e medir o grau de jornalismo que há no seu noticiário. Mas, em resumo, diz que Obama fracassará. Se entendesse de política, e não fosse um mero repetidor de matérias ligeiras, influenciadas pela mídia conservadora norte-americana, não diria isso.

Paul Krugman, o consagrado economista, Prêmio Nobel, crítico afiado das administrações americanas, publicou no New York Times o artigo "Momento de definição", mostrando que a reforma do sistema de saúde nos EUA está a ponto de ser aprovada. Diz o início do artigo:

"Ok, pessoal, este é o momento. É o momento de definição para a reforma do sistema de saúde.
Os esforços do passado para dar aos americanos o que cidadãos de qualquer outra nação avançada já têm - acesso garantido à assistência básica - terminaram não com um estrondo, mas com um choramingo, geralmente morrendo no comitê sem nem mesmo chegarem a ser votados.
Mas desta vez, projetos de saúde pública parecidos em linhas gerais, conseguiram passar por diversos comitês em ambas as Câmaras do Congresso americano. E na quinta-feira, Nanci Pelosi, a porta-voz da Câmara, revelou a legislação que ela enviará para votação na Câmara, onde quase certamente passará. Não é um projeto perfeito, nem de longe, mas é um projeto de lei mais forte do que quase todos esperavam surgir até poucas semanas atrás. E levaria a uma cobertura quase universal.

Como resultado disso, todos na classe política - com isso quero dizer políticos, pessoas na mídia jornalística e assim por diante, basicamente qualquer um que esteja em uma posição de influenciar a etapa final desta maratona legislativa - têm que fazer uma escolha agora. O aparente sonho impossível da reforma da saúde básica está a apenas alguns passos de se tornar realidade, e cada jogador precisa decidir se ele ou ela irá ajudá-lo a atravessar a linha de chegada ou ficar no seu caminho".



Pois é, a reforma do sistema de saúde é o maior desafio enfrentado, no momento, por Obama. Muitos, e a imprensa publicou linhas e linhas sobre isso, alimentada pelos conservadores, não acreditavam que ela ia passar, diziam que Obama ia perder. E vai passar, o que será um marco na história americana.

Para Pondé, a reforma do sistema de saúde deve ser uma das políticas populistas de Obama, não é ?

Obama está começando a dizer a que veio e a bolha vai estourar em cima do Pondé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário