sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O QUE VEM POR AÍ NA CHINA, NA VISÃO DOS CHINESES


Análise da Xinhua: 35 anos depois, China está pronta para nova rodada de reformas (1)  

Beijing, 8 nov (Xinhua) -- Quando a reforma e a abertura da China se aproximam de seu 35º aniversário, a política que tornou a economia chinesa em grande parte rural e pobre na segunda maior do mundo, também está navegando em "águas profundas", o que fez com que a sociedade chinesa e o resto do mundo se perguntassem se a reforma da China continuará ou não e como a fará.
   O presidente chinês Xi Jinping disse no sábado a um grupo de membros estrangeiros do Conselho Século 21 em Beijing que a China continurá firmemente sua campanha de reforma e abertura.
   Quanto mais desenvolvida estiver a China, mais aberta será. É impossível que a China feche a porta que já foi aberta. Nunca se porá fim à reforma e abertura", disse Xi.
   Xi, também secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), disse aos membros do grupo de assessoria mundial que um projeto de reforma integral será apresentado na próxima 3ª Sessão Plenária do 18º Comitê Central do PCC, que será realizada de 9 a 12 de novembro.

   AS TERCEIRAS SESSÕES PLENÁRIAS REVELAM CAMINHOS DE REFORMA
   Desde que a China empreendeu sua reforma e abertura em 1978, as terceiras sessões plenárias do PCC encarregaram-se da mesma tarefa importante de promulgar destacadas reformas econômicas, ao mesmo tempo ofereceram uma visão das características de governança da liderança central do país.
   O professor Xie Chuntao da Escola do Comitê Central do PCC disse que as primeiras e segundas sessões plenárias geralmente tratam de assuntos de pessoal, mas as terceiras são conhecidas por suas grandes ações sobre os assuntos.
   A decisão de abrir o país uma vez isolado e de reformar sua lenta economia surgiu pela primeira vez em 1978. De 18 a 22 de dezembro desse ano, o 11º Comitê Central do PCC realizou sua 3ª sessão plenária em Beijing, adotando a decisão histórica de restabelecer a ordem afastando-se da caótica luta de classes e concentrando-se no desenvolvimento econômico através do lançamento da política de reforma e abertura. A reunião é considerada um ponto de viragem histórico para a China.
   A 3ª sessão plenária seguinte foi realizada em outubro de 1984, e destacou a expansão da reforma  para as cidades.
   A 3ª Sessão Plenária do 13º Comitê Central do PCC em 1988 decidiu retificar o ambiente e a ordem da economia.
   O ano 1992 marcou o começo de uma nova etapa da reforma. Durante a histórica viagem de inspeção pelas zonas econômicas no sul da China em 1992, Deng Xiaoping, o principal arquiteto da reforma da China, fez declarações para impulsionar a reforma econômica.
   Mais tarde no mesmo ano, foi realizado o 14º Congresso Nacional do PCC, durante o qual foi anunciado o estabelecimento de uma economia de mercado socialista como o próximo objetivo da reforma econômica.
   Em 1993, a 3ª Sessão Plenária do 14º Comitê Central do PCC estabeleceu o marco básico para um sistema econômico de mercado socialista e especificou que o mercado, sob o controle macroeconômico do Estado, deve ser o meio básico para distribuir recursos na economia chinesa.
   Nas três próximas terceiras sessões plenárias, a reforma econômica continuou liderando a agenda. A 3ª sessão plenária em 1998 estabeleceu a meta de construir um campo socialista, enquanto a 3ª sessão plenária de 2003 especificou mais o mapa de rota para aprofundar a reforma e a 3ª sessão plenária mais recente, em 2008, concentrou-se nas reformas em áreas rurais.
   Zheng Yongnian, diretor do Instituto da Ásia Oriental da Universidade Nacional de Cingapura, disse à Xinhua que a próxima 3ª sessão plenária está sob os refletores mundiais porque cada terceira sessão plenária desde 1978 gerou grandes expectativas no público e decidiu as prioridades do Partido para os próximos anos.
   "O 18º Congresso Nacional do PCC em 2012 foi claro sobre que tipos de reforma e desenvolvimento buscará a China na nova época. A direção é clara. A 3ª sessão plenária visa preparar um programa de ação baseado nisso", disse Zheng.

   A VIA DE REFORMA DEMONSTRA A DETERMINAÇÃO SOBRE A REFORMA
   Em dezembro de 2012, Xi Jinping foi à Província de Guangdong e começou sua primeira excursão de inspeção como novo chefe do Partido.
   Em 8 de dezembro, Xi colocou um cesto de flores diante da estátua de bronze de Deng Xiaoping, onde declarou: "Viemos aqui para venerar a estátua de Deng Xiaoping para mostrar que continuaremos impulsionando inquebrantavelmente a reforma e a abertura e que nos esforçaremos para alcançar um novo progresso, novos avanços e novos passos na promoção da reforma, abertura e campanha de modernização do país".
   No final de 2012, o Birô Político do Comitê Central do PCC realizou um estudo de grupo sobre o "impulso inquebrável da reforma e abertura" e Xi destacou que o Partido deve melhorar as políticas de reforma aprendendo com as pessoas e pediu que os lucros beneficiem mais população de uma forma mais justa.
   Em julho de 2013, Xi passou três dias estudando o aprofundamento das reformas na Província de Hubei. Ele disse que a China deve aprofundar as reformas em áreas importantes com "valor e sabedoria políticos sempre crescentes" para superar as barreiras institucionais que estão restringindo o crescimento.
   "Não haverá saída se ficarmos quietos ou retrocedermos", afirmou.
   O novo governo central formado em março, aboliu ou transferiu 221 trâmites de aprovação administrativa aos governos locais.
   Em setembro, foi inaugurada a Zona de Livre Comércio Piloto de Shanghai da China, como uma área de teste para a desregulamentação de taxas de juros na China.
   O crescimento do produto interno bruto (PIB) da China foi de 7,8% no terceiro trimestre, cifra maior que os 7,5% no segundo trimestre, o que pôs fim às desaceleradas taxas de crescimento no primeiro semestre do ano.
   Os analistas indicaram que a partir deste ano, a reforma institucional da China, destinada a modernizar a administração e descentralizar o poder em seu núcleo, gerou cada vez mais "dividendos", o que tem um papel importante na recuperação e melhoria da economia chinesa. (Continua)
 
Análise da Xinhua: 35 anos depois, China está pronta para nova rodada de reformas (2-fim) 
NOVA TEMPORADA DE REFORMAS PARA A CHINA, NOVAS OPORTUNIDADES PARA O MUNDO
   Depois de 35 anos de reforma e abertura, a China, que já foi agrícola, é hoje a segunda maior economia do mundo e a maior detentora de reservas de divisas.
   Com um crescimento econômico estável e rápido no país, milhões de chineses saíram da pobreza. A metade de sua população vive atualmente em cidades, e os agricultores agora estão livres de impostos agrícolas, que foram abolidos nos últimos anos, e foi conformado um sistema de seguro social que abrange as 1,3 bilhão de pessoas.
   Apesar destas mudanças, a China enfrenta problemas graves e urgentes como as disparidades urbano-rurais e de renda. O país também está se dedicando a melhorar o atendimento médico, educação, habitação e meio ambiente para sua população.
   Os analistas estão de acordo que a reforma da China entrou em "águas profundas", onde se devem resolver problemas duradouros em uma sociedade com os interesses mais diversos e conflitantes.
   No entanto, os analistas acreditam que continua existindo um forte consenso sobre a reforma na China.
   Qin Gang, professor da Escola do Comitê Central do PCC, disse que como a sociedade é diversificada e grupos distintos esperam coisas diferentes da reforma, é normal ter um debate sobre a reforma.
   Qin disse que a reforma deve lidar com as expectativas e demandas da população, tais como diminuir as disparidades de renda, obter a igualdade social e pôr fim à corrupção através de mudanças institucionais.
   O professor Wang Huaichao, também da Escola do Comitê Central do PCC, disse que não existe desacordo sobre se a China necessita de uma reforma mais ampla, o debate é sobre a sequência, o nível e as medidas da reforma.
   As prioridades da reforma, que incluem como ajustar as relações Estado-mercado e governo-sociedade e como fortalecer a supervisão do poder, foram estabelecidas no 18º Congresso Nacional do PCC em 2012, disse o professor Xie Chuntao.
   Li Shenming, vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências Sociais, previu que enquanto as passadas terceiras sessões plenárias deram ênfase à reforma econômica, o encontro deste ano destacará o "integral", o que demonstrará a confiança de Beijing em sua via, teorias e sistema.
   "Oportunidade" é a palavra chave que os especialistas entrevistados dizem que a reforma na China gerará ao mundo.
   O professor Zheng Gongcheng da Universidade Renmin da China disse que a reforma na China não só gerou uma mudança interna enorme mas também ajudou a compartilhar a experiência de desenvolvimento da China em todo o mundo.
   "Nos últimos 30 e tantos anos, a reforma na China atraiu a experiência internacional ao mesmo tempo em que criou e aplicou sua própria sabedoria. Essa sabedoria deu uma perspectiva chinesa aos desafios mundiais comuns", afirmou Zheng.
   Em uma atmosfera de recuperação mundial moderada, o desempenho da economia chinesa está sob o microscópio internacional, disse Zheng, acrescentando que é razoável afirmar que a vitalidade econômica interna da China impulsionará o mundo pela mesma via vital.
Fim

 

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