Na final contra a Suécia, na Copa de 58, o veterano Didi foi
buscar a bola no fundo do gol quando os adversários marcaram 1x0. Foi até o
meio de campo exortando seus companheiros: “Pessoal, eu ganhei desses caras com
o Botafogo por 4x0. Vamos jogar!”. Como a história registra, fomos Campeões do
Mundo pela primeira vez, ganhando por 5x2.
Certa vez perguntaram ao Pelé, se ele não tremia quando
entrava nos jogos daquela Copa de 58, com parcos 17 anos. “Eu não, a
responsabilidade era do Didi, do Gilmar, dos jogadores experientes”, respondeu.
Mas acrescentou: “Na Copa de 70, eu não conseguia dormir antes dos jogos, pois
sabia de minha enorme responsabilidade em campo”.
Pois é, a atual seleção brasileira não tem nenhum líder
dentro de campo, alguém que acalme e oriente seus companheiros, que se imponha
pela sua experiência e liderança.
Pior, a responsabilidade pelas vitórias está em cima dos 22
anos de Neymar, neófito em Copas. É um peso enorme sobre ele, o que demonstrou
ao cair em prantos depois da dramática classificação contra o Chile.
Até sexta-feira próxima, para o jogo contra a Colômbia, um
líder não vai aparecer, por mais que a comissão técnica trabalhe o psicológico
do time. Entrar em campo, em fila escolar, segurando o ombro do companheiro da
frente, demonstra fragilidade emocional, não união e força.
A seleção terá quatro dias, em Teresópolis, para achar um
meio de campo e fortalecer-se mentalmente.
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