sábado, 31 de janeiro de 2015

"Política é esperança", dizia Ulysses Guimarães. Será ainda?

"Política é esperança"
Ouvi centenas de vezes essa definição em entrevistas de Ulysses Guimarães, de quem fui assessor imprensa durante a Campanha das Diretas
Era uma definição perfeita para a época, quando os brasileiros ansiavam por exorcizar a ditadura que asfixiava há 20 anos a participação política da sociedade.
Ao repeti-la, incansavelmente, Ulysses acenava com um futuro melhor para o país, mobilizando os brasileiros a sair às ruas para lutar pela democratização.
A democracia está aí há 30 anos.
O Brasil mudou, cresceu, está mais rico do que há 30 anos, a população também, mas os problemas também aumentaram, porque a vida ficou mais complicada e complexa e as soluções para esse novo e preocupante quadro são sempre postergadas e parecem inalcançáveis.
Nesse cenário, os políticos estão negando a pregação de Ulysses Guimarães, pois a atividade parlamentar e executiva nos gera, cotidianamente, desesperança, especialmente no atual momento.
A política, na verdade, não é uma atividade exclusiva dos políticos, é de todos os cidadãos, de toda a sociedade.
O desafio é chacoalhar o mundo dos políticos, reconectá-los com a realidade, fazê-los sair do mundinho de autopreservação de seu poder, mostrar-lhes o verdadeiro significado da palavra representação, que eles estão ali para servir, não servir-se, como faz a maioria.
Todos nós precisamos de esperança para enfrentar as asperezas do dia a dia, plantar o futuro, acreditar que nossos filhos e netos viverão num país melhor.
O dito popular prega que a esperança é a última que morre.
Será?

Nenhum comentário:

Postar um comentário