A demissão do maestro John Neschling da Orquestra Sinfônica de São Paulo, foi bastante escrutinada na imprensa. Ao justificar a demissão em entrevista à imprensa, o presidente do Conselho da Fundação Osesp, Fernando Henrique Cardoso, disse, entre outras coisas, que era preciso resguardar a harmonia na orquestra, pois havia atritos potenciais entre o maestro Neschling e os músicos, insatisfeitos com o seu modo de conduzi-la.
Lembrei-me de um filme de Federico Fellini que assisti em Paris, em1979, que levou mais de uma década para chegar ao Brasil, e que hoje tenho em DVD, Ensaio de Orquestra (Prova D'Orchestra). Um sumário: "Numa capela romana, agora um oratório, músicos chegam para um ensaio. Eles são avisados por que estão sendo gtravados por uma rede de TV. Então, o maestro alemão chega, impondo ordem aos gritos. Durante um breve intervalo, o maestro concede uma entrevista aos jornalistas. Quando volta, encontra uma orquestra em estado de revolta. Será o fim? O que os trará de volta à música?"
O fim é um fim mesmo.
Na verdade, o filme é uma alegoria da sociedade italiana na década de 70.
A propósito, há alguns anos me vi em meio a uma festa junina na Piazza Navona, em Roma. Diante de uma multidão de figuras exóticas, concluí que Fellini não era um criador, mas um documentarista.
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