sexta-feira, 20 de março de 2009

O TELESPECTADOR NÃO É BOBO

Fico observando a propaganda do PMDB na televisão e me pergunto a quem eles querem enganar.

Vi três spots:

Um em que o partido se vangloria de ter sido o ariete político da resistência na ditadura.

Outro em que se diz que o partido é muito criticado porque é batalhador.

Um terceiro em que diz que apoia os governos que fazem coisas para o povo, como o Bolsa Família e o Prouni, sem citar que se trata do governo Lula, espertamente omitido.

Quanto ao primeiro, é verdade que ele foi o ariete político contra a ditadura. Mas isso é passado, meritório é claro, muito meritório, mas que será só história se o partido não tiver propostas para os tempos atuais, democráticos e complexos. E não é o caso.

Vamos pular para o terceiro. Apoiar propostas de governo de outro partido, no caso o PT, é meritório, também, mas mostra que, no momento, a agremiação não tem propostas próprias em nível nacional. É pegar carona no caminhão dos outros.

A que diz que o partido é muito criticado por ser batalhador é uma mistificação. Em que frente de batalha o PMDB está no plano federal?

As críticas, na verdade, são resultado da falta de propostas do partido, por ele não ter mais uma identidade nacional, por querer ter participação nos governos sem ser o responsável por ele, e, como diz o senador Jarbas Vasconcelos, por querer espaços em governos para se meter maracutaias.

É isso o que transparece todo dia nos noticiários.

É claro que oPMDB tem políticos bons e sérios como o próprio Jarbas Vasconcelos, o batalhador Pedro Simon, prefeitos e vereadores que ficam na legenda por circunstâncias eleitorais de seus Estados e Municípios. São minoria.

O fato de ser o partido com mais governadores, prefeitos e vereadores eleitos deve-se, acima de tudo, pela manutenção de sua estrutura de diretórios construída desde a sua fundação em 1966, que trabalha em função dos interesses regionais do partido.

Mas se quiser mudar de imagem em nível nacional, o PMDB precisa mudar sua postura e apresentar propostas para o país. Deixar de ser uma federação de grupos com interesses estaduais e pensar grande. No momento, ele não é o Partido do Brasil, como a propaganda apregoa.

Publicidade só funciona quando ela reforça a realidade.

Quando vai contra a maré é pura perda de tempo.

O telespectador não é bobo.

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