A matéria principal da Veja desta semana rendeu a seguinte chamada na capa:
Por que a intervenção do governo dos EUA e a quase estatização da economia não vão criar um CAMARADA OBAMA
A matéria trata de um tema do momento, ou seja, a batalha ideológica que está sendo travada nos EUA em torno das medidas intervencionistas do governo Barack Obama para tirar a economia norte-americana da crise atual.
Obama está pondo fundos públicos a favor da recuperação de empresas, bancos e cidadãos americanos para estimular a economia a voltar a rodar. O governo americano está se tornando grande acionista de bancos e empresas, especialmente as automobilísticas. E há quem diga que a única solução para a atual crise dos bancos é nacionalizá-los por completo.
Só que nacionalizações ou estatizações são conceitos que não combinam com o liberalismo atávico da sociedade norte-americana. Por isso, Obama está sendo muito cuidadoso a ponto de ser acusado, especialmente por acadêmicos do porte de um Paul Krugman, de estar sendo muito tímido nas medidas que adota.
Mesmo assim, os republicanos e porta-vozes da direita o estão acusando de estar encaminhando os EUA ao socialismo, o que não faz nenhum sentido.
A matéria é pertinente, mas a chamada de capa é inadequada. Se a Veja circulasse nos EUA estaria correta, pois o debate está sendo travado lá, não aqui.
Aqui, ninguém protesta contra uma estatização para resolver o problema de empresas privadas, nem os empresários. Até espera-se que isso ocorra pois , para eles, nada melhor do que socializar um prejuízo, depois de ser ter embolsado muitos e bons lucros.
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