
Em matéria sobre o aiatolá Khamenei, na revista Newsweek da semana passada, o jornalista Christopher Dickey relata que, entre os candidatos que disputaram a eleição, todos originários da cúpula do regime, Mahmoud Ahmadinejad é o único que se alinha incondicionalmente com o líder supremo do Irã. E o faz simbolicamente, também: "É o único que se prostra como um rato diante dele e lhe beija os pés", segundo revelou um habituée da cúpula do regime. Ter um presidente assim, dócil às suas orientações, é a melhor opção para os sonhos de Khamenei de instaurar um novo califado no Irã, diz a reportagem.
Ainda segundo, o texto de Dickey, Ahmadinejad venceria as eleições sem necessidade de fraudes, mas Khamenei antecipou o resultado cantando uma vitória com 60% dos votos para impor uma derrota humilhante aos outros candidatos, que não lhe são fiéis, e fragilizá-los no cenário político. Diz Dickey: "A grande ironia é que o regime provocou a maior rebelião à sua autoridade em 3o anos por ter roubado os resultados de uma eleição que ele ganharia".
Fareed Zakaria, diretor da revista, por sua vez, escreve que o mundo está assistindo o fim da teocracia no Irã. Ressalva que o colapso total ainda poderá demorar, mas será inevitável.
Em entrevista a O Estado de S. Paulo, deste domingo, o sociólogo Bernard Lewis, especialista em Oriente Médio, que já citei em outros dois posts, tem opinião semelhante. Veja algumas de suas respostas:
Como o senhor avalia os protestos no Irã? A combinação de uma república, de fisionomia ocidental, com uma teocracia islâmica está em crise?
Já faz muito tempo que a população iraniana está cada vez mais descontente com seu governo. Agora, isso está vindo à tona. Mas não é algo novo. Acho que há uma perda de legitimidade do regime. Tem-se a impressão de que não se trata de uma objeção restrita a indivíduos. Há um sério questionamento de toda a ideia da república teocrática que foi estabelecida pelos assim chamados "revolucionários" de 1979.
Há ameaça à existência do regime?
Sim, está começando a parecer um desafio à preservação do governo. Até agora, o regime tem demonstrado uma extraordinária durabilidade e convicção, seguindo seu rumo por 30 anos, apesar do que foi feito contra ele.
Oi!! Meu nome é Arthur tenho 13 anos moro no Brasil, criei esse blog ressentemente e ainda não sei o certo sobre o que relatar nele! Mas gostei do seu blog pois ser jornalista é uma das profissões em que me interesso e incentivo a pessoas que convivo a se interresarem tamben pois Jornalismo é jornalismo!!!
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