"Crise política se resolve com politica"
A frase foi atribuída ao senador José Sarney, que a teria dito em uma de suas conversas para superar os problemas que enfrenta no Senado - ou enfrentava, até pelo menos sexta-feira começo da noite, quando escrevi este post.
Eu concordaria com a frase, desde que ela se referisse a uma crise política de verdade.
Crise politica, para mim, é um impasse em torno da adoção de leis que favoreçam a população de baixa renda, prejudicando os de alta renda. Daqueles em que nenhuma das partes cede e o imobilismo ameaça as instituições.
Crise política, para mim, é nenhum partido conseguir maioria para dirigir o Congresso e ser necessário algum grande acordo que acomode interesses - legítimos é claro.
Crise política é o país ficar imobilizado por um veto mútuo entre iniciativas da Presidência e do Congresso.
Crise política, mais do que isso, institucional, é o que está acontecendo em Honduras.
O que está acontecendo no Senado é o simples desmascaramento do descarado fisiologismo da família Sarney e de quase todos os senadores da República - que cuidam só de seus interesses e não da "res publica".
Sarney que conseguiu se transformar em peça essencial para a transmutação da Velha para a Nova República agora é peça essencial da "estabilidade política" do regime, segundo as palavras do presidente Lula.
Por "estabilidade política" entenda-se o apoio do PMDB à candidatura de Dilma Roussef, ou seja lá quem for o nome do PT, em 2010.
O preço dessa "estabilidade política" pode ser medido pelo visível constrangimento do senador Aloizio Mercadante em entrevista para justificar o recuo do PT em relação à sua sugestão de afastamento de Sarney (ver aqui).
Crise política, mesmo, deveria estar se armando entre a sociedade e os seus representantes em Brasília.
Os brasileiros que não dependem e não vivem de benesses oficiais certamente querem que em Brasília se trate dos problemas do país, não dos políticos.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
CRISE POLÍTICA? ISSO É DISCURSO PARA ELEITOR DORMIR
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