domingo, 19 de julho de 2009

"SE LIXAR PARA A OPINIÃO PÚBLICA" DÁ PRESTÍGIO AO INVÉS DE PREJUDICAR?

O senador Paulo "a opinião pública é volúvel" Duque

Já que falei em renovação dos políticos no post abaixo vale perfilar dois dos atuais membros do Congresso, que têm se notabilizado por se "lixar para a opinião pública".
Um deles é o senador Paulo Duque, do PMDB do Rio de Janeiro, escolhido para presidir o Conselho de Ética do Senado, e cujo primeiro movimento foi adiar a sua instalação para que o presidente da Casa, José Sarney, não seja julgado pelo órgão.

Pois bem, Paulo Duque não recebeu sequer um voto para ocupar uma cadeira na Câmara Alta. Ele é o 2° suplente de Sérgio Cabral, que agora governa o Estado do Rio. O 1° suplente virou secretário estadual na administração fluminense. Por isso, Duque está no Senado. Assumiu a presidência do Conselho de Ética por ser o seu membro mais velho, critério utilizado quando os componentes não chegam a um acordo político em torno de um nome para ocupar o cargo.

Duque, 81 anos, foi deputado estadual em priscas eras no Rio de Janeiro. Foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembléia que investigou os afogamentos de mendigos no Rio Guandu, à época do governo Carlos Lacerda, no começo dos anos 1960, lá se vão quase 50 anos. Suspeitava-se que a então políticia militar do Rio havia afogado os mendigos, numa ação para "higienizar" a cidade. Claro, ninguém foi condenado. Ou seja, Duque é especialista em inocentar os governantes e poderosos de plantão. Hoje, Sarney.

Depois de adiar a instalação do Conselho, Duque deu duas declarações sintonizadas com velhas práticas, mas ainda em voga em Brasília. Disse que não se preocupa com a opinião pública porque ela é "volúvel" e manipulada pela imprensa. E ainda acrescentou que as nomeações políticas no Brasil são tão velhas quanto o Império, não havendo porque reclamar delas.

Duque é um exemplo de como as regras que regem a escolha de suplentes de senadores precisam ser totalmente modificadas. Não faz sentido ter senadores que não receberam um voto sequer. Se um deles se afasta, que se façam novas eleições ou assuma o cargo o seguinte mais votado, como era antigamente, aliás.

Outro que continua se lixando é o deputado gaúcho Sérgio Moraes. Quando o Conselho de Ética da Câmara Federal inocentou o Deputado Edmar Moreira, o do castelo, de ter infringindo a ética parlamentar ao utilizar mal os recursos da verba indenizatória, quando contratou serviços de suas próprias empresas, Moraes reicindiu contra a opinião pública. Disse a Moreira que ele deveria manter "o pescoço levantado", sem medo da opinão pública.

Sérgio Moraes disse que a polêmica que a imprensa fez, há dois meses, em torno de sua declaração de desprezo à opinião pública lhe rendeu muita notoriedade, muitos convites de palestras, o que até o ajudaria a se reeleger com mais facilidade. Como Moraes é deputado por uma região do interior do Rio Grande do Sul, em que currais eleitorais ainda subsistem e a mídia depende do poder econômico local, é bem provável que ele tenha razão.

Há ainda uma grande diferença entre os valores éticos que ganham espaço nos grandes centros urbanos e são reverberados pela mídia de porte nacional e os que ainda prevalecem no interior do Brasil. Acresça-se a esse contraste o fato de que as regiões interioranas muitas vezes cultivam preconceitos contra os grandes centros, sentem-se desprezados por eles, e elegem representantes com a missão de vocalizar essas idéias e defender os seus interesses não importa como e com quais recursos.

2 comentários:

  1. Mas a culpa disso é a Constituição.
    Explico: essa constituição é mais pró-político do que para os demais brasileiros.
    1-Senador...supplente?Para quê tê-los?
    Um sujeito sem voto que tem tanto poder quanto o mais votado.
    Deveria assumir o mandato,no impedimento permanente(morte ou saída para outro cargo),o segundo senador mais votado...ainda que seja o oponente.
    2-é um acinte o deputado(federal,estadual )ou vereador,e tb senador,se afastar do mandato e ir ser ministro ou secretário.E,assumir o suplente.O contribuinte paga dois polpudos salários:paraquem foi ser subalterno do executivo e para o novo parlamentar.
    O meu último voto,para o legislativo,foi para o valter Feldman:ele se afastou da CF,para ser secretário do kassab.Assumiu em seu lugar um tal de bispo gê.Senti-me uma palhaça,pq jamais votaria para um bispo:seja católico e muito menos evangélico.
    Com isso,jurei a mim mesma:jamais votarei para o legislativo,não quero que meu voto seja tratado como lixo e nem quero ser cúmplice desse festival de desperdiço .
    malditos constituintes que puxaram brasa para os políticos.

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  2. A constituição de 84 é um lixo. Só a engolimos porque tinhamos pressa e fome de democracia.

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