O Comunique-se pediu-me (e não publicou) um texto sobre a profissão de jornalista e o jornalismo por conta do dia do jornalista, 7 de abril. Mandei estas mal traçadas, escritas rapidamente.
Comecei minha carreira como jornalista em plena vigência da censura (1971) e depois de uma longa travessia, com altos, baixos e desvios, cai, como todos os colegas, nesta era de incertezas, provocada pela avassaladora presença da Internet.
Alicerçado na minha longa vivência da profissão, tenho uma certeza: o jornalismo e os jornalistas são necessários para a democracia. O desafio é como eles vão funcionar no futuro próximo e longínquo.
Quanto ao jornalismo, outra convicção: as grandes estruturas de comunicação, desde agências até veículos, são absolutamente necessárias para a captação e transmissão de notícias em termos globais, seja em que formato for, impresso, televisivo, rádio, internet. O desafio delas é e será como se financiar em qualquer desses formatos.
A internet abre um enorme espaço para que o jornalista, isoladamente, crie seu próprio veículo ou se organize em redes. Pode contar belas histórias, analisar e comentar notícias, expressar opiniões. À exceção das histórias que puder(em) apurar com recursos próprios, porém, dependerá(ão) das notícias que as grandes estruturas captam e distribuem pelo mundo para basear suas análises e opiniões. Outro desafio: tanto o jornalistas individuais como os organizados em redes também terão que se financiar.
Nos dois formatos o desafio é o mesmo: financiamento.
As grandes empresas de comunicação têm-se financiado via publicidade, modelo que está em crise por causa da internet. A migração dos anúncios para a Internet tem trazido um problema: os valores praticados não pagam os custos como nos veículos impressos e na TV. Há uma busca intensa por alternativas, sendo o pagamento por matérias acessadas (pay wall) um deles. Mas é imperativo que surjam outras fontes, como financiamento por fundações, instituições, poderes públicos e similares.
Os jornalistas titulares de seus próprios sites e suas redes também precisarão mobilizar fontes de financiamento para custear suas iniciativas, com a vantagem dos recursos necessários serem infinitamente menores e poderem amealhar publicidade de baixo valor, desde que comprovem uma visibilidade (clicks) compatível com seus objetivos.
Há outras questões a serem enfrentadas nestes tempos de internet, como a profundidade ou superficialidade das matérias, rapidez na divulgação, compartilhamentos, interatividade – sendo esta questão bastante complexa em função da imprevisibilidade do comportamento dos internautas no universo da WEB.
É inegável que os hábitos de consumo de informação, leitura e comunicação estão em constante transformação e sempre será necessário adaptar-se a eles, embora a predominância de uns não condene os outros ao desaparecimento.
Enfim, esse é o horizonte que os jornalistas de hoje e do futuro têm pela frente, do meu ponto de vista. Cada um dos pontos assinalados têm variados desdobramentos que merecem ser discutidos em profundidade.
Certeza, para mim, é uma só: o jornalista é e continuará sendo um profissional indispensável para a sociedade.
Comecei minha carreira como jornalista em plena vigência da censura (1971) e depois de uma longa travessia, com altos, baixos e desvios, cai, como todos os colegas, nesta era de incertezas, provocada pela avassaladora presença da Internet.
Alicerçado na minha longa vivência da profissão, tenho uma certeza: o jornalismo e os jornalistas são necessários para a democracia. O desafio é como eles vão funcionar no futuro próximo e longínquo.
Quanto ao jornalismo, outra convicção: as grandes estruturas de comunicação, desde agências até veículos, são absolutamente necessárias para a captação e transmissão de notícias em termos globais, seja em que formato for, impresso, televisivo, rádio, internet. O desafio delas é e será como se financiar em qualquer desses formatos.
A internet abre um enorme espaço para que o jornalista, isoladamente, crie seu próprio veículo ou se organize em redes. Pode contar belas histórias, analisar e comentar notícias, expressar opiniões. À exceção das histórias que puder(em) apurar com recursos próprios, porém, dependerá(ão) das notícias que as grandes estruturas captam e distribuem pelo mundo para basear suas análises e opiniões. Outro desafio: tanto o jornalistas individuais como os organizados em redes também terão que se financiar.
Nos dois formatos o desafio é o mesmo: financiamento.
As grandes empresas de comunicação têm-se financiado via publicidade, modelo que está em crise por causa da internet. A migração dos anúncios para a Internet tem trazido um problema: os valores praticados não pagam os custos como nos veículos impressos e na TV. Há uma busca intensa por alternativas, sendo o pagamento por matérias acessadas (pay wall) um deles. Mas é imperativo que surjam outras fontes, como financiamento por fundações, instituições, poderes públicos e similares.
Os jornalistas titulares de seus próprios sites e suas redes também precisarão mobilizar fontes de financiamento para custear suas iniciativas, com a vantagem dos recursos necessários serem infinitamente menores e poderem amealhar publicidade de baixo valor, desde que comprovem uma visibilidade (clicks) compatível com seus objetivos.
Há outras questões a serem enfrentadas nestes tempos de internet, como a profundidade ou superficialidade das matérias, rapidez na divulgação, compartilhamentos, interatividade – sendo esta questão bastante complexa em função da imprevisibilidade do comportamento dos internautas no universo da WEB.
É inegável que os hábitos de consumo de informação, leitura e comunicação estão em constante transformação e sempre será necessário adaptar-se a eles, embora a predominância de uns não condene os outros ao desaparecimento.
Enfim, esse é o horizonte que os jornalistas de hoje e do futuro têm pela frente, do meu ponto de vista. Cada um dos pontos assinalados têm variados desdobramentos que merecem ser discutidos em profundidade.
Certeza, para mim, é uma só: o jornalista é e continuará sendo um profissional indispensável para a sociedade.
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